sábado, 29 de agosto de 2015

Rush - No Limite da Emoção

rush

A rivalidade entre Niki Lauda
e James Hunt.

Algum tempo atrás, as manhãs de domingo eram especiais para os fãs do automobilismo. Era certeza de muita emoção. É neste clima que o filme Rush – No Limite da Emoção relata a temporada de 1976, uma das mais emocionantes da Fórmula 1.



A primeira cena do filme começa no nebuloso 1º de agosto de 76, no circuito de Nurburgring, Alemanha. A pista estava molhada, quando Niki e Hunt partiram para uma corrida que iria mudar as suas vidas para sempre. Para entender melhor o conflito, foi preciso retornar seis anos e mergulhar na vida dos protagonistas desta história, começando por James Hunt.

O estilo de vida de Hunt era muito polêmico, sempre acompanhado de belas mulheres e regularmente frequentando boates e discotecas onde quando chegava se tornava a alma da festa resgadas sempre com muito álcool e drogas. Hunt era visto como um playboy rebelde, com um toque de excentricidade inglesa. Seu modo de vida refletia em seus relacionamentos e na sua agressividade na pista, como visto em sua passagem pela Fórmula 3.

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Já o austríaco Lauda era mais comportado. Decidido a ser piloto de carros de corrida, não teve apoio da família no inicio de sua carreira, assim batalhou um empréstimo e conseguiu alinhado a sua talentosa sensibilidade na construção e regulagem dos veículos sua primeira chance no mundo da velocidade. Lauda iniciou sua carreira no automobilismo de 1968, destacando-se na Fórmula 3 e na Fórmula 2 antes de ingressar na Fórmula 1.

Apesar de que o filme focar a rivalidade entre Lauda e Hunt, os dois eram amigos íntimos fora da pista, chegando no início de suas carreiras a compartilhar um apartamento de um quarto em Londres. Lauda admirava a explosão e velocidade de Hunt, enquanto Hunt invejava Lauda por seu rigoroso senso crítico e analítico.

Na pista a amizade dos dois desaparecia e a disputa era acirrada em cada centímetro, mas ao contrário que induz o filme, os dois poderiam guiar a 300 quilômetros por hora, lado a lado sem nada de errado acontecer, disse Lauda em uma entrevista.

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Naquela tarde chuvosa de agosto no circuito alemão de Nurburgring, onde Lauda colidiu violentamente seu carro no murro que incendiou-se. Lauda ficou preso nas ferragens por vários minutos, o que quase lhe tirou a vida. No hospital, havia poucas chences de sobreviver e Até um padre chegou a ser chamado para lhe dar a extrema-unção devido ao seu estado grave de queimaduras que lhe custou partes da orelha direita. Apesar da gravidade Lauda se manteve motivado e teve uma recuperação recorde milagrosa e após 42 dias do acidente, estava de volta as pistas, chegando na última corrida, o Grande Prêmio do Japão, com a vantagem de três pontos sobre o segundo colocado no campeonato, justamente James Hunt. Apesar de muitos contratempos e ainda beneficiado pela desistência de Lauda da corrida, Hunt chegou em terceiro lugar, faturando quatro pontos que precisava e se sagrou campeão mundial de 1976 por um ponto de diferença.

Hunt tentou repetir a façanha nos dois anos seguintes, mais diante sucessivos fracassos resolveu abandonar as pistas. Logo após a aposentadoria em 1979, Hunt foi convidado por Jonathan Martin, chefe de esporte da BBC, para se tornar um comentarista nas transmissões de Fórmula 1. Hunt aceitou a oferta e continuou no cargo por treze anos até a sua morte, aos 45 anos, vítima de um ataque cardíaco - preço que pagou por viver cada dia como se fosse o útimo - no limite da emoção.

Enquanto isto, Niki Lauda que já tinha um campeonato conseguido em 1975, voltaria a se consagrar campeão mais duas vezes em 1977 e 1984. Mas em 1985 foi frustrante, onde ele abandonou 12 das 15 corridas disputadas. Chegou a conclusão que estava na hora de se aposentar. Lauda permaneceu muitos anos afastado da Fórmula 1, gerenciando sua empresa de avião. Retornou ao “circo da Fórmula 1”, como dizia Galvão Bueno, em 1990 como consultor extraordinário da Ferrari.

lauda_campeão_2014
Em setembro de 2012, foi nomeado presidente diretor da equipe Mercedes. Em 2014 a equipe inglesa se torna imbatível se sagrando campeã com Lewis Hamilton, sucesso que se repete em 2015 junto com Nico Rosberg. É como a Mercedes disputasse uma categoria à parte, segundos a frente das demais.

Curiosidades:
  • Apesar de que Emerson Fittipaldi ter sido bicampeão em 1972 e 1974, no filme a sua presença não é relevante, como não incomodasse os superstars da Fórmula 1. Há apenas uma citação de Hunt em relação à equipe Mclaren; “Maldito Fittipaldi”.

  • Quando Hunt foi comentarista da BBC nas corridas de Fórmula 1, ele conheceu um jovem brasileiro, Airton Senna, que surpreendia com suas atuações. Como um profeta previu: “A não ser que haja uma interferência de Deus, estamos olhando o novo campeão mundial”.

  • O ator australiano Chris Hemsworth que interpreta James Hunt, se tornou conhecido ao dar vida ao herói dos quadrinhos Thor, no filme Thor: O Mundo Sombrio e nos dois filmes dos Vingadores. Em 2016 está escalado para a nova versão de Ghosbuster (Os Caça Fantasmas).

Ficha Técnica:
Título: Chave Mestre;
Título Original: Rush – EUA 2013;
Gênero: Drama Biográfico
Diretor: Ron Howard;
Roteiro: Peter Morgan.
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Elenco:
Chris Hemsworth como James Hunt
Daniel Brühl como Niki Lauda
Olivia Wilde como Suzy Miller
Alexandra Maria Lara como Marlene Lauda
Pierfrancesco Favino como Clay Regazzoni
David Calder como Louis Stanley
Natalie Dormer como Enfermeira Gemma

Referências
Rush (2013)
Niki Lauda (Wikipédia)
James Hunt (Wikipédia)
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